24 de jan. de 2009

HISTÓRIA

Estandarte é uma ilha do litoral maranhense, margeada pelo Rio Santa Cruz, descoberta no início do século XIX (1819) pelo índio paraense Urgulino que partiu da cidade de Vizeu para aportar na Ilha em busca de minérios que não encontrou, mas decidiu ficar e fazer nela sua morada junto com os demais companheiros que assumiram a condição de povoar a ilha, tornando-se pescadores. Foi chamado por esses primeiros pescadores de “Estaleiro” devido à condição de vida em que os habitantes da Ilha viviam em meio aos “ranchos” de palha e “tendais” de varas que chamavam de “estaleiros, onde tratavam do pescado, cuidavam dos “trastes” ou utensílios de pesca. Era um povoado do município de Turiaçu.

Suas primeiras famílias foram: Ascânio Gato Ferreira e Filomena Jansen (primeira esposa) depois Damásia Ferreira (segunda esposa); Manoel Antônio Alves e esposa Raimunda Santiago e Rodrigo Ferreira. Muitas outras famílias vieram e em 1926 chegaram as de Hermenegildo Afonso Miranda e esposa Avelina Freitas Miranda; Florêncio Borges; João Farias; e depois tantas outras.

Suas primeiras atividades econômicas e de subsistência foram: a pesca, a criação de gado e a fabricação de sal; e as primeiras atividades sócio-culturais foram as festas religiosas, destacando-se: “Festa de São Benedito, Festa de São Pedro, Festa de Santa Izabel, Festa do Divino (Folia de Reis), Festa do Sagrado Coração de Jesus e o Círio de Nossa Senhora de Nazaré também chamado de Festa de Agosto. A ilha nascia sob a égide da Religião Católica que até hoje predomina em mais de 80% de fiéis.

Passou a se chamar Estandarte devido à ênfase religiosa e os costumes de usar bandeiras ou estandartes nas procissões, nas atividades festivas e nos barcos. Com esse nome foi se estruturando política e socialmente. Passou a ter escola, igreja, lojas comerciais, boas residências, atividades artístico-culturais. A partir dos anos 1940 seu hino é composto em letra e música por Aluízio Beveláqua e sua bandeira oficializada como símbolos de uma comunidade que prosperava. E em 02 de maio de 1949 teve oficializada a sua elevação à categoria de Vila-Distrito do novo município do Maranhão – Cândido Mendes que se emancipava politicamente através da Lei nº 190 de 22 de novembro de 1948.

Atualmente é uma das mais importantes referências do município de Cândido Mendes. Porém é, assim, um tanto independente das ideologias políticas partidárias que pairam sobre o Município, especialmente nas últimas administrações, em que tem sido transgredida a soberania do povo. Suas lutas se dão mais nas questões sociais, em que os setores Educação/Cultura e Meio Ambiente são o que mais se destacam através projetos pedagógicos, sociais e ambientais, com o objetivo de mudanças e construção da cidadania, trabalhando para a conscientização e a responsabilidade social especialmente das crianças e jovens, visando bem-estar do povo. O seu desenvolvimento espacial e sócio-cultural é proporcionado pela força da organização de seu povo e de “filhos e filhas da terra”, que lutam para conter a ambição de “alguns” que depredam o seu patrimônio territorial e ambiental, destruindo o seu legado histórico-cultural e as lutas sociais para construir uma nova postura para os estandartenses e preservar a Ilha.